Solidão de ser diferente

Sempre fui uma pessoa mais introvertida, por isso sei que existe uma solidão em ser diferente. O que quer dizer que desde criança sinto-me um pouco afastada das pessoas. Não me compreenda mal, não sou anti-social. Amo estar com a família e com os amigos. Mas sou a pessoa mais inibida no grande grupo. Nunca espere que eu chegue falando alto ou que seja a primeira a me manifestar, salvo em caso de necessidade.

Por isso falar do que penso e gosto nunca foi fácil. Quando criança percebia como havia chacota com a religião na escola. Na adolescência piorou. Eu continuei acreditando e mantendo minha fé, mas não levantava a mão para defender minhas crenças (não sei se fiz certo ou não, por vezes em cursinho e faculdade isso acontecia também). O meu testemunho era algo mais silencioso, que ia revelando para os amigos próximos e nas minhas atitudes. Como na vez que viajamos entre amigos para a serra e surpreendi o pessoal por querer ir na missa.

No entanto agora com Youtube estou me esforçando para falar o que penso. Ainda não é fácil.

Estava vendo agora o vídeo de uma garota de um canal que sou inscrita, Choki é o nome. Ela falava sobre a dificuldade que é falarmos sobre gostos pessoais quando eles diferem dos gostos da maioria das pessoas. Isso nos traz um sentimento de solidão. Compartilho com ela esse sentimento em alguma dose.

A maioria das pessoas não gosta de ler. Eu amo, meu canal é sobre livros.

Como já falei, minha fé sempre foi algo que me distanciou das pessoas de diversas formas.

Acho que muitos não entendem porque é tão difícil para mim sair de casa. Não é que eu não goste de passear, mas faço isso esporadicamente. A grande parcela do tempo prefiro estar no meu canto em casa, com meus livros, minhas anotações, minha comida, meu sofá… As vezes é sacrifício entregue para Deus ir até algum lugar.

Acho que de tudo, o que mais me faz sentir diferente, e portanto sozinha, é o entendimento das coisas. Acho que tenho visões muito particulares de mundo. Não se encaixam as vezes nem com gregos ou troianos. Nem com os mais conservadores, que são extremistas de mais. Nem com os pouco conservadores, por terem tão poucos escrúpulos ou por serem coniventes com ideologias. As vezes são pequenas coisas do cotidiano que me afastam das pessoas. Manias elitistas. Ou que eu começo a considerar elitista.

Não é fácil nem falar sobre isso. Realmente abrir-se é algo que vai ficando restrito à um pequeníssimo número de pessoas.

Mas parece que Virgínia Woolf falava algo sobre como é difícil definir-se e como a vaidade sempre age nessa hora.

Se a solidão e estranheza é o preço da verdade, da honestidade comigo mesma, eu aceito o preço.

Dê uma olhada nesse post!

Autor

  • Suzana Sant'Anna

    Sou youtuber do canal Lendo enquanto há tempo. Gosto de recomendar aquilo que estou lendo. Gosto de organização e outros temas da vida, o universo e tudo mais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *