“Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras
Pastando solenes no meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau a pique e sapê
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos, meus livros e nada mais
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais”
É isso que quero. Um pedaço de terra pra cultivar minha horta, meus livros, meus amigos, marido e filho. Quero o guri crescendo tranquilo, e mato pra não poder mais.
Quero as manhas coloridas, as tardes abafadas, sentada nas almofadas e na varanda na frente de casa, contemplar o nascer do sol
O árduo trabalho físico, limpando janelas, rachando lenha, cortando grama, mexendo na areia, cheirando capim, colhendo laranja e goiaba pra mim.
Ouvir o silêncio, o grilo cantando, minha consciência falando, ver a estrela brilhando, no céu contemplando e no Infinito Ser imaginando o que há de vir.
Chame de fuga, de isolamento, mas só a alma conhece o valor do silêncio, de querer o diferente, de correr tranquilamente, de viver plenamente o que se deve viver.